Prefeito de cidade do Paraná é preso em operação contra desvios de recursos públicos e fraudes em licitações e contratos
Edelir Ribeiro (MDB), prefeito de Mato Rico, foi preso em operação do MP-PR. Órgão também investiga seis servidores e ex-presidente da Ecomar Reciclagens e Serviços. Ribeiro alega inocência e g1 busca contatos das defesas dos outros investigados.
Edelir de Jesus Ribeiro da Silva (MDB), prefeito de Mato Rico, cidade da região central do Paraná, foi preso nesta quarta-feira (28) em uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que apura desvios de recursos públicos e fraudes em licitações e contratos envolvendo a Ecomar Reciclagens e Serviços, cooperativa local.
Além da prisão, o prefeito e mais sete investigados - seis servidores públicos municipais e o ex-presidente da cooperativa - tiveram cerca de R$ 1,88 milhão em bens bloqueados. De acordo com o MP-PR, o objetivo é garantir o ressarcimento dos possíveis prejuízos que tenham sido causados pelo grupo.
Em nota divulgada nas redes sociais, o prefeito alega ser inocente e diz acreditar que "verdade será restabelecida e qualquer dúvida será devidamente esclarecida". Veja a nota completa mais abaixo.
A reportagem busca os contatos das defesas dos outros investigados.
O pedido de prisão foi realizado pelo Núcleo Criminal da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (Subjur) do MP-PR e autorizado pelo Tribunal de Justiça (TJ-PR), a partir do oferecimento de seis denúncias criminais contra o prefeito e os demais investigados.
No âmbito civil, o Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e a 2ª Promotoria de Justiça de Pitanga propuseram sete ações contra o prefeito, seis agentes públicos, a cooperativa e seu ex-presidente.
Cinco das ações apontam a possível prática de ato de improbidade administrativa, e duas pedem a condenação por atos de corrupção empresarial.
As investigações foram realizadas conjuntamente pelo Gepatria e pela Subjur, com apoio da 2ª Promotoria de Justiça de Pitanga e do Núcleo de Guarapuava do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Mato Rico disse que foi informada da operação pela imprensa e que não obteve acesso ao processo que motivou a ação.
Até a publicação desta reportagem, o sistema do TJ-PR apontava que os investigados não tinham defesa constituída.
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O que diz o prefeito
Veja, abaixo, o que diz a nota completa divulgada nas redes sociais na manhã desta quinta-feira (29) pelo prefeito Edelir Ribeiro:
Diante dos recentes acontecimentos, reafirmamos com firmeza nossa total confiança na Justiça e nas instituições democráticas do nosso país. Acreditamos no Estado de Direito e no papel fundamental dos órgãos competentes na apuração dos fatos sempre com responsabilidade, imparcialidade e respeito à legalidade.
O prefeito, com a consciência tranquila de quem sempre agiu com honestidade e respeito à população, está absolutamente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. Desde o início de sua gestão, pautou sua conduta pela transparência, pelo zelo com os recursos públicos e pelo compromisso inabalável com o bem coletivo.
Temos plena convicção de sua inocência e acreditamos que, ao final de todo esse processo, a verdade será restabelecida e qualquer dúvida será devidamente esclarecida. A confiança da população, construída com trabalho sério e resultados concretos, é o maior patrimônio de nossa administração — e seguiremos firmes, com serenidade e responsabilidade, cumprindo nosso dever de servir a comunidade.
Quem é o prefeito preso
Edelir de Jesus Ribeiro da Silva, mais conhecido apenas como Edelir Ribeiro, tem 62 anos, é casado e natural de Ortigueira (PR).
Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou possuir até o ensino fundamental completo.
Em 2024 ele foi reeleito prefeito de Mato Rico, cidade de 3,2 mil habitantes que fica a cerca de 135 km de Guarapuava. De 2017 a 2020, ele havia sido vice-prefeito do município; na época, se autointitulava "Edelir da Cooperativa".
Nas últimas eleições, o homem declarou possuir pouco mais de R$ 1 milhão em bens, ao TSE.
Fonte: g1