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QUEIJO SUPER OURO: Queijaria de Diamante do Oeste produz um dos 10 melhores do Paraná

Postada em: 30/06/2023 Atualizada em: 30/06/2023 11:00:38 Número de visualizações 2235 visualizações
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QUEIJO SUPER OURO: Queijaria de Diamante do Oeste produz um dos 10 melhores do Paraná

No dia 1º junho o Paraná conheceu os melhores queijos e, entre os 10 melhores está um de Diamante do Oeste, o Produtos Elis, de Elis Carla Colombi, que contou sua relação com a atividade leiteira


O julgamento (degustação) do prêmio Queijos do Paraná foi realizado no dia 1º de junho (o resultado foi divulgado no dia 5), em Curitiba, com 323 inscritos, sendo que o Parmesão da Frimesa, de Marechal Cândido Rondon, foi o grande vencedor do Prêmio Queijos do Paraná. Outros 98 concorrentes levaram uma medalha para casa: 28 obtiveram medalha de bronze, 30 ganharam a de prata, 30 conquistaram a de ouro e 10 a medalha super ouro. 

Dos 10 queijos que receberam a premiação de super ouro, quatro foram para Santana do Itararé (três variedades de Leomar Melo Martins e um do Queijo da Célia) e dois para Cantagalo, da Tia Nena Produtos Coloniais. Os municípios de Diamante do Oeste (Produtos Elis), Palmeira (Cooperativa Agroindustrial Witmarsum), Marechal Cândido Rondon (Frimesa), Nova Laranjeiras (Queijos Serra dos Macacos) levaram uma medalha cada.


Prêmio

O prêmio tem como objetivo tornar a qualidade dos queijos do Estado mais conhecidas e valorizadas junto ao mercado e aos consumidores. Durante o segundo semestre do ano passado e o início deste ano dezenas de ações de qualificação foram realizadas junto aos agricultores. Os jurados também receberam uma formação de quatro etapas para garantir um julgamento justo. Agora, os vencedores poderão ostentar os selos das medalhas nas embalagens de seus produtos.

A avaliação dos queijos aconteceu em três fases, todas no MON. Na primeira – no período da manhã –, o júri avaliou os inscritos a partir de critérios técnicos e sensoriais, de acordo com a categoria inscrita. Ao longo da avaliação, cada queijo recebeu pontos de 0 a 20. Os produtos que obtiverem 18 pontos ou mais ficaram com a medalha de ouro. Com a prata ficaram aqueles com 16 pontos. E o bronze foi para os que atingirem 14 pontos.

Na segunda fase, no Auditório do MON, os queijos condecorados com medalha de ouro passaram por uma nova análise, em que os jurados escolherem os 10 queijos para receber o selo super ouro. Por fim, entre os produtos reconhecidos com o super ouro, foi escolhido, pelo júri, o melhor queijo desta primeira edição. Os queijos foram entregues codificados para manter a imparcialidade. Os jurados não tinham conhecimento sobre o município ou o produtor.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, que comandou o evento de entrega dos títulos, disse que o prêmio contribui para valorizar a cadeia de produção de leite no Estado, no sentido de estimular orientar e qualificar a produção. Com 4,5 bilhões de litros de leite produzidos, o Paraná é o segundo maior produtor de leite do País. O leite é o quarto produto em Valor Bruto de Produção (VBP) do Estado, com abrangência de R$ 9 bilhões. São mais de 100 mil produtores envolvidos com essa atividade espalhados pelos 399 municípios.

Natalino Avance de Souza, presidente do IDR-Paraná, ressaltou que o IDR-Paraná tem empenhado grande esforço na capacitação e no apoio às agroindústrias do Estado. "Nesses nove meses de preparação para o prêmio tivemos mais de 75 agroindústrias capacitadas. Fizemos todo um trabalho para apoiar o agricultor rural, principalmente o pequeno agricultor, e com certeza entregaram um produto com mais qualidade hoje para os mercados e a população”, ressaltou.

O Prêmio Queijos do Paraná foi idealizado por um comitê gestor formado pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), Sistema FAEP/SENAR-PR, Sebrae-PR e Sindileite-PR, com apoio de 28 entidades.


QUEIJO SUPER OURO


‘O LEITE FAZ PARTE DA MINHA VIDA DESDE QUE NASCI’

Elis Carla Colombi, fala sobre a sua relação, desde criança, com a atividade leiteira


Qual o percurso do leite e como chegou ao queijo?

O leite faz parte da minha desde que nasci, inclusive, minha mãe a pedido de minha avó disse que ela deveria enterrar o meu umbigo na estrebaria. Sua crença dizia que o objetivo era para que quando crescesse virasse fazendeira, inclusive gosto muito da ideia, ainda tenho esperança (rsrsrsrs). Mas enfim aprendi de criança a tirar leite com minha mãe, isso aos 9 anos de idade. Ajudava a mãe na ordenha, a cortar trato para os animais, todos os dias! Ordenhava as vacas (a mão), corria pra dentro de casa, me ajeitava e ia para a escola. O problema era o cheiro de vaca que entranhava nas mãos e no cabelo, mas a vontade de ajudar minha mãe superava qualquer dificuldade. Devido as dificuldades, minha mãe começou a vender queijo, leite, ovos e nata. A primeira vez que nós fomos oferecer os produtos está cravado em minha mente, pois foi o dia que vi minha mãe muito feliz, pois tinha conseguido vender tudo. Desde então eu virei leiteira, entregava leite nas casas das pessoas e continuei tirando leite até sair de casa quando me casei aos quase 18 anos. Mas continuei tirando leite depois de casada, mas com um benefício, já tinha ordenhadeira. (levou anos para que os calos que tinha sob os dedos do meio sumissem, mas os dedos não afinaram, continuam grossos) só quem tirou leite sabe!

Quando tinha 21 anos decidi, senti que precisava estudar e iniciei a faculdade de nutrição. Durante o dia trabalhava na propriedade e a noite ia para a faculdade, e assim foram por 5 anos, 160 quilômetros por dia.  Me formei e continuei tirando leite, arrumei um serviço como nutricionista na prefeitura de Diamante do Oeste e continuei tirando leite. Tive uma pausa na produção de leite de 2013 até 2015, pois tinha me separado, e precisei reorganizar minha vida. Aos poucos fui retornando a atividade de leite, e em 2017 pedi demissão do concurso público de nutricionista para me dedicar aos meus filhos e a propriedade, tinha como objetivo estar perto dos filhos e ter lucro na propriedade.  Então, no início 2018 resolvi iniciar a produção de leite pasteurizado e iogurte para atender as escolas do município, mas não tinha recursos para investir em estrutura. Precisei adaptar minha lavanderia, conforme a orientação da vigilância sanitária! E não é que deu certo! Resolvi fazer queijos também, e os pedidos começaram a acontecer. Diante das necessidades, das oportunidades e também dos objetivos futuros decidimos investir em uma agroindústria, visto as linhas de crédito que incluíam a construção de agroindústria. E outubro de 2019 a agroindústria já estava de pé.

Quando iniciou efetivamente o projeto e os premiados?

Iniciei o projeto de queijos finos no dia 9 de junho de 2020, quando recebi a visita dos representantes do Biopark. Desde então iniciamos os controles, principalmente da qualidade do leite. Meu primeiro queijo fino produzido foi o Saint Paulin, e em segundo o Tomme Negro do Oeste. 

Na oportunidade do Concurso Paranaense encaminhei três tipos que queijo. O Tomme Negro, queijo ao vinho e minas padrão curado.

Tive a graça de ser premiada no super ouro com o queijo Tomme Negro e medalha de prata no queijo ao vinho.


Como aprendeu a fazer queijo?

Primeiro queijo foi com a minha mãe. Queijo colonial de leite cru. Mas eu não acertava direito, dava pra comer, mas não ficava bonito. 

Fiz cursos do SENAR sobre derivados de leite. Imaginava fazer queijos quadrados e bonitos. Em 2011 adquiri um DVD e uma apostila pela internet e me dediquei, fazia apenas para o consumo de casa, e começaram a ficar bonitos os meus queijos. Depois fiz um curso de produção de vários tipos de queijos, inclusive queijos finos de forma online e livros.  E então para completar veio o Biopark para aperfeiçoar meu aprendizado.


Como é feita a produção do leite, quantos animais – número total do rebanho e de vacas em lactação, qual a raça, alimentação, como é a gestão do rebanho (intensivo ou extensivo etc). Têm autonomia de alimentação e tipo de ordenha?

Atualmente estamos com 15 vacas em lactação e um total de 40 cabeças, os animais são de raça mista, sendo gado Jersey com holandês.  

O sistema é a pasto com suplementação no cocho, onde toda a massa verde é produzida na propriedade. Fazemos piquetes, a parte plana temos irrigada e na época do verão fazemos feno para ter reserva para inverno. Temos uma área com um tipo de capim que permite corte e silagem. A ração e o milho são comprados. 

O sistema de ordenha ainda é balde ao pé. Estamos em fase final de construção da nova sala de ordenha, passando a ser no sistema de canalizada. 


Qual a área e localização da propriedade? 

A propriedade rural denominada Estância Paraíso possui área de 20 hectares, localizada em Diamante do Oeste, aproximadamente a 1 quilômetro do centro da cidade - na localidade da estrada da Água da Esperança. 


Quem fabrica o queijo e desde quando? 

Sou eu, Eis Carla Colombi, que fabrico os queijos e todos os demais produtos, e comercializo desde 2018.


Quais foram as suas maiores dificuldades?

Foram e são várias! Dentre elas em destaque coloco a falta de recursos próprios para colocar em prática os projetos no tempo que se deseja. Tudo depende de financiamentos, e é preciso muito empenho e dedicação para cumprir com as obrigações financeiras. As vezes parece que chego no meu limite! Claro que além da dificuldade financeira, tive vários problemas familiares, e isso interfere muito nas tomadas de decisões. Mas sei que tudo faz parte do processo, e que ninguém chega ao topo sem o primeiro degrau.


Qual a sua gama de produtos?

Queijos, leite de pacote, doce de leite, iogurtes, nata.


Qual a quantidade de litros de leite transformada em média por dia e como é a rotina de produção? Qual a produção diária de queijos, em volume por quilo?

Minha produção é de 170 litros por dia, e não posso produzir queijos todos os dias, pois minha demanda é só para o município. Além do queijo, produzo leite pasteurizado de pacote, iogurtes, doce de leite e nata. Atendo a alimentação escolar, secretarias municipais e também vendo para outras instancias de governo (Seab, Conab). Normalmente produzo queijo uma vez por semana, em torno de 20 quilos. 


Como fazer para adquirir os produtos (só na propriedade ou tem pontos de venda?)

Os produtos só podem ser adquiridos na propriedade e sob pedido.


Quais seus planos para o futuro?

São vários os planos para o futuro. Na propriedade é concluir as estruturas, e diante disso haverá renovação de animais e focar em vacas de raça Jersey. Tenho como meta chegar a produção de 500 litros/dia até dezembro de 2025. Mas para que se torne realidade é necessário a certificação da agroindústria, e isso é questão de dias/meses. As coisas já estão bem encaminhadas para adesão ao SUSAF ou outro sistema de certificação. 

Com a certificação vou focar em dois ou três produtos, mas especificamente na produção de queijos finos e, acredito, que através da Queijaria Flor da Terra não irá faltar mercado, tudo que produzir será vendido!

Pretendo contribuir para o crescimento regional através de estimulo e incentivo, através de cursos, palestras e visitação como turismo rural.

E claro, fazer muiiiito dinheiro! Porque até hoje foi só ralação e preocupação em pagar os investimentos! 


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Fonte: Portal Missal

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