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Oscar Welter: Aos 92 anos, firme e forte nos trabalhos do dia a dia

Postada em: 02/09/2025 Atualizada em: 02/09/2025 11:02:13 Número de visualizações 1013 visualizações
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Oscar Welter: Aos 92 anos, firme e forte nos trabalhos do dia a dia

Esse é Oscar Welter que no dia a dia continua na lida mantendo a propriedade ‘em ordem’, seja com o rastel, motosserra, machado ou trator


Há menos de dois meses atrás, na entrega do jornal, encontramos seu Oscar Welter, 92 anos – completados há menos de dois meses, rastelando próximo ao galpão e, sabendo da sua idade, indagamos de onde tirava toda essa energia: “Sempre trabalhei com machado, motosserra, trator e continuo na lida até hoje. Tem muitas pessoas, quando conto meu trabalho, não acreditam. Graças a Deus tenho uma saúde muito boa e, acredito, que seja porque continuo com minhas atividades, claro que ‘mais devagar’, não sei ficar parado”, afirmou ele.

Indagado sobre as árvores, Oscar destaca que “esse bosque que temos aqui fui eu que fiz, tem árvores de várias espécies, primeiramente para proteger as vertentes, depois aumentei pensando em ter lenha e, estamos ampliando o plantio de árvores, é necessário. As que corto, de vez em quando são as que ‘atrapalham’ o crescimento de outras”.

Nesse mesmo dia ele contou sobre a renovação da CNH: “passei em todos os testes, estou com a carteira de motorista ‘nova’. 

Conversamos com um dos filhos do seu Oscar quanto ao seu trabalho, sendo que a resposta foi: “Não adianta falar, pedir para ele parar, pois a resposta é sempre a mesma: vou continuar fazendo os meus serviços”.


  • Em Missal

Há 11 anos atrás, fizemos uma reportagem sobre a sua vinda para Missal, que reproduzimos, de forma resumida:


Missal

Oscar morava em Caibaté - RS, onde trabalhava na roça, de sócio ou ‘as meia’, quando decidiu morar em Missal. “Vim ‘meia a rumo’, para trabalhar com o Eugênio Friedrich. Comprei uma posse com pouco mais de oito alqueires (local onde mora até hoje). Quando chegamos não havia nada na posse (terra do Estado). Ficamos debaixo de uma lona por quase um ano, até que consegui umas tábuas para construir ‘um rancho’. Fiz uma rocinha (onde hoje é o Pesque e Pague do Welter), pouca coisa, tanto que durante os dois primeiros anos trabalhei de empreiteiro, derrubando mato, para só então trabalhar na própria terra, apesar do temor que existia de perde-la (por ser posse). Só em 1978 é que recebi o título definitivo do Estado, 14 anos depois”, lembra. A energia elétrica chegou um pouco antes, em 1976.

Naquela época apenas as terras da Gleba dos Bispos que era comercializada pela Sipal Colonizadora, eram legalizadas. Mesmo perto, em linha reta, para ir até Missal Oscar tinha que ‘subir’ pelo travessão (estrada hoje com pedras irregulares que liga a PR 495.

“Essa estrada (hoje PR 497 – Missal São Miguel do Iguaçu) do travessão até Missal, eu, o Mauri e o Ari Ten Catem, abrimos na base da foice, machado, serrote e picareta, e tinha que ser em linha reta, com seis metros de largura, pegando três metros de cada lado da divisa que existia. Não foi fácil, principalmente porque não podíamos desviar as árvores mais grossas. Entre muitas, lembro que derrubamos e arrancamos o toco de seis perobas com mais de um metro de diâmetro cada. Não era fácil, mas tínhamos que trabalhar e as opções não existiam, então imaginávamos que este não era um serviço pesado”, recorda Oscar.

O vizinho mais próximo era o Osvino Simon, que morava entre a Esquina Gaúcha e Missal.


Jagunços

Desde Portão Ocoí até a região em torno da Gleba dos Bispos, em algum momento da colonização houve a presença de jagunços, que invadiam algumas áreas, permaneciam por algum tempo e depois vendiam e buscavam outro local. Há episódios de confronto em algumas regiões que hoje são parte do Município

de Missal. 

Oscar lembra que foi vizinho de jagunços, porém nunca teve nenhum problema com eles. “Tinha uma invasão na Gleba 18 (18 colônias de terra localizadas na hoje PR 497 até a comunidade de São João). Pelo que comentavam na época, era posse de uma pessoa de Foz do Iguaçu, que mandou abrir a área. Eles (jagunços) chegaram e tomaram conta da terra, mas pouco mais de um mês depois dividiram e venderam para outras pessoas e, estas, para praticamente todos que moram na área até hoje. Eu nunca tive problema com eles, sempre fomos respeitados”.


Melhor caminho

Apesar das muitas dificuldades nos primeiros anos em Missal, Oscar e a esposa Rita (im memoriam) afirmam que morar em Missal foi uma decisão acertada. “As dificuldades foram muitas, como quando tinha que ir e voltar a pé de Medianeira no mesmo dia, sair de madrugada e chegar em casa por volta das 22 horas. Essas dificuldades acabavam fazendo parte do nosso dia a dia, acabava sendo normal”.

Claro que com o trabalho a vida foi melhorando. “Lembro que entre 1975 e 1984 criávamos suínos, foi um período muito bom, a atividade dava um bom dinheiro, foi a época que mais rendeu financeiramente. Depois, por 10 anos, trabalhamos que verduras, que também, pode-se dizer, foi bom”, conta Oscar.

Oscar concluiu afirmando que “nunca fui de me queixar de nada, e não existe nenhum arrependimento de ter vindo morar em Missal, pois foi o melhor caminho que fez até hoje, principalmente porque toda a família está bem”.


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Fonte: Jornal Portal

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